quinta-feira, 26 de setembro de 2013

SSP: duas grandes vitórias hoje contra Jeddah City Sub-10 (2x1); Sub-14 (3x1)

U-10: Em pé dir p/ esq: Saleh, Anas, Sammi, Abdulahman, Abdolah
Abaixado: Omar, Ibrahim, Fahad, Hashem, Saeed

U-10: Em pé dir p/ esq: Tarik, Marmud, rami, Abdolah, Radaxi, Eu
Abaixado: Waliid, Anas, Akran, Joey, Sammi, Amim
Hoje foi um dia de extrema felicidade para mim, pois pude ver dentro de campo o duro que venho dando dentro do campo para conseguir ajudar no desenvolvimento do futebol não só dessas crianças, mas da Arábia Saudita no geral tentando sempre dar o meu melhor a cada dia.
O primeiro jogo foi a categoria sub-10. Foi o jogo que meu deu a maior alegria hoje. Vencemos o jogo por 2x1, mas a minha alegria não ficou só por conta da vitória, mas pela forma com que jogamos durante todo o jogo.
Conseguimos jogar o tempo todo trabalhando a posse de bola, fazendo viradas de jogo. Na saída de bola (tiro de meta), sempre saindo jogando com os laterais, conseguindo o placar vitorioso, mas a grande vitória foi ver que depois de 9 meses de árduo trabalho, com a Graça de Deus começo a colher frutos do trabalho que sei com toda humildade que deixarei para essas crianças um legado positivo a respeito do que penso sobre o pouco que sei a respeito de futebol. Claro que tem muitas coisas pra melhorar sempre, mas hoje foi um dia que posso dizer vi um grande desenvolvimento dessas crianças.
Steve Jobs com sua imensa sabedoria disse: "não tente ser melhor do que ninguém, seja diferente." e é isso que o que tento a cada dia ser, diferente e mostrar o meu amor pelo que faço.
Na categoria Sub-14 o resultado foi mais tranquilo 3x1, mas sinceramente, foi pouco, poderíamos ter saido com um placar bem mais elástico, por exemplo um 6x1 acho que seria no mínimo de bom tamanho.
Essa categoria sub-14, está em fase de transição, quando cheguei peguei uma equipe muito boa já formada, mas eles subiram de categoria. Agora essa mulecada ai que está jogando, mas de certa forma fica mais fácil de fazer essa transição, pois em todos os campos da nossa academia de futebol trabalhamos a mesma metodologia e o mesmo sistema de jogo, portanto, quando começamos esse processo de transição, fica mais fácil encaixás-los no time. Hoje jogando no time sub-14 permaneceram apenas 2 jogadores, Joey e Radaxi que já fazem parte do time sub-15. Radaxi que por sinal foi o destaque da partida de hoje, mostrando muita categoria, habilidade e claro como sempre sua dedicação e respeito tático no time.
Hoje o sub-14 também jogou de maneira muito tranquila, mantendo a posse de bola, fazendo viradas de jogo e a transição entre ataque x defesa conseguiu funcionar bem. O que pecamos foram nos contra-ataques que saimos por 4 a 5x no 3x2, 4x2 e não conseguimos aproveitar essas oportunidades pra deixar o placar mais elástico e ter mais tranquilidade para jogar.
Mas pra ser sincero, foi um dia muito positivo!!! Só tenho que agradecer a Deus por esse excelente dia de futebol na minha vida!!!

Segue abaixo mais algumas fotos do jogo de hoje:

Preleção

Ainda vou fazer isso num grande estádio no mundo!!!

Eu e Coach Lima com o Sub-10

Fun Warm-up
Coach Lima e eu com o Sub-14



galera do freestyle 

Ibrahim Head Coach do Jeddah City

Representando o SINTREFUTRJ

quarta-feira, 25 de setembro de 2013

Novo Campo SSP - New SSP Field

Friendly SSP match:

Blue team: Thiago x Yellow team: Lima

On the last Thursday, september 19th I brought my team to play against Lima´s team making a friendly SSP match against Lima´s Team. 
Was a very important game where I could see my team first time after I´ve changed my system game and after three players left my team including the goalkeeper... so, I could see my team playing very well. We almost had no danger to our own goal. 
The game over 1x1. We suffered the goal in a corner kick with a failure our goalkeeper because was your first match in his life. He was very nervous but even very nervous he saved very well 2 times else when we needed him. 
After we lost many opportunities to score we suffered a penalty kick and we didn´t lose this opportunity tying the game.

Na última quinta-feira 19 de setembro de 2013 eu levei minha equipe para jogar contra a equipe de Lima fazendo uma partida amistosa contra da SSP.
Foi um jogo muito importante, onde pude ver meu time pela primeira vez depois que eu mudei meu sistema de jogo e depois de três jogadores deixaram a minha equipe, incluindo o goleiro ... assim, eu pude ver o meu time jogando muito bem. Nós quase não tivemos perigo para o nosso próprio gol.
O jogo acabou 1x1. Sofremos o gol em uma cobrança de escanteio com uma falha do nosso goleiro, pois foi o seu primeiro jogo em sua vida. Ele estava muito nervoso, mas mesmo muito nervoso ele salvou muito bem outras duas vezes mais quando precisamos dele.

Depois que perdemos muitas oportunidades de marcar, sofremps um pênalti e não perdemos esta oportunidade empatando o jogo.

Below some pictures of the game:
U-17


 Hamiz my Arabic translation


terça-feira, 17 de setembro de 2013

Aqui está o texto sobre 'Quem treina o treinador?'

Dunga: um dos treinadores da nova geração e muito questionado

O treinador durante um treino gesticula, fala individual ou colectivamente com os atletas, pára o treino, entra ou permanece no recinto de competição, retoma o treino, senta-se, levanta-se, passa área de jogo e comunica para que todos o ouçam. Muitas das vezes num ambiente quase em silêncio!

Para lá destas acções do treinador, temos assistido a ...
uma evolução fantástica no treino desportivo e no conjunto de ferramentas que fornecem informações sobre os atletas e a equipa adversária. Metodologias, suportes tecnológicos, informáticos e psicológicos, mas estranhamente, quase todas elas direccionados para o atleta.

Afirmamos estranhamente, porque crescem o número de funções e exigências para um treinador, mas tal processo não tem sido acompanhado de mais e melhores ferramentas focadas em si. Hoje um treinador antes, durante e após o jogo tem um manancial de informação, relatórios, análises, mas isso não melhora obrigatoriamente o seu desempenho na relação com os atletas. A sua comunicação com os vários elementos em jogo. Na forma como gera a tomada de decisão e as emoções. As suas e dos seus atletas.

O treinador é analisado cada vez mais na forma como atinge os seus resultados. Como lidera, decide, comunica, gere. Obriga-o a melhorar um conjunto de competências como a forma de motivar, comunicar, liderar, decidir, reconhecer os seus atletas e equipas. Se o saber agir do treinador influencia em muito, não só as relações do treinador e atleta, mas também aquilo que os jogadores são capazes de interpretar e executar, não deve ser este um ponto fundamental para que o treinador treine e melhore? Mais uma vez, estranhamente a grande maioria das abordagens das relações treinador / atleta centram-se nos problemas de carácter psicológico revelados pelos atletas e esquecemo-nos que o treinador exige igual análise. A menos que se considere que o treinador está apto para todas as exigências relacionais e de liderança!

Não existe um perfil único nem ideal de treinador. Tipo super-herói que sabe tudo e não se incomoda com nada. Existem sim comportamentos e características que aumentam a capacidade do treinador atingir com mais eficácia os seus objectivos. Umas são as ferramentas relacionadas com a sua experiência, conhecimento técnico, táctico, outras são ferramentas focadas na sua tomada de decisão, comunicação, gestão, liderança, justiça e compromisso.

Terá lógica que estas competências que tanto influenciam o seu desempenho e dos atletas estejam dependentes da sua capacidade de distanciar-se e auto-análise? Não está em causa a vontade do treinador querer melhorar. Está na forma! É possível constatarmos inúmeros treinadores que cada vez mais se diferenciam para lá do conhecimento que têm do jogo. Pelas competências comportamentais que conseguem aplicar em si e nos que o rodeiam. E tal como para um atleta, que por muito forte física ou tecnicamente que seja, precisa de trabalhar arduamente, também um treinador precisa de treinar e ser treinado muito arduamente. 

terça-feira, 20 de agosto de 2013

Formação do Jogador de Futebol

Entrevista:

Francisco Navarro Primo, treinador

da base do Valencia

"O resultado não deve ser o fundamental. Deve-se primar pela formação", afirma

Não é somente por causa de Real Madrid e Barcelona que a Espanha atualmente dita o ritmo do futebol mundial.
Desde a Copa do Mundo de 2006 que muitos clubes espalhados pela terra do rei Juan Carlos têm revelado craques e jovens jogadores com enorme potencial para as suas seleções nacionais.
Com isso, o trabalho realizado nas categorias de base espanholas é reconhecidamente considerado um dos melhores do mundo e tem gerado bons frutos dentro de campo. O último feito das canteras, por exemplo, foi a conquista do campeonato europeu sub-21, no último mês de junho.
"A qualidade dos cursos para técnicos de futebol em nosso país é excelente e muito completa, sem querer menosprezar o trabalho de formação realizado em outros países. Na Espanha, temos uma abordagem desde a gestão de grupo até o profissional do scouting, passando pela formação em programas de informações, que nos ajudam a controlar melhor todos os aspectos da equipe e com ele melhorá-los continuamente", justifica Francisco Navarro Primo, treinador da base do Valencia, em entrevista exclusiva à Universidade do Futebol.
Treinador de futebol desde 1992, Francis Primo, como é popularmente conhecido no meio do esporte, afirma sempre focar a sua metodologia de treinamento no aspecto tático da equipe.
Ele aponta que a integração das atividades em uma metodologia global de treino e o fato de fazer os jogadores a vivenciarem nos treinamentos aquilo que posteriormente vão enfrentar nas partidas são algumas das razões para o sucesso espanhol no futebol.
"As equipes iniciantes não jogam no modo 11 contra 11, jogam apenas em campos reduzidos e com, no máximo, 8 jogadores por equipe. O resultado não deve ser o fundamental, penso que se deva primar pela formação do jogador. Mas, nos jogos 11 contra 11, que acontecem a partir das categorias infantis de 12 e 13 anos, o jogador deve ir tomando consciência do resultado, tornando-se uma parte importante dessa formação", completa.
Nesta entrevista, concedida por e-mail diretamente de Valência, Francisco Primo ainda falou sobre seus métodos de trabalho e as diferenças entre o futebol brasileiro e o jogo praticado na Europa.

Confira a íntegra:

Universidade do Futebol – Como foi sua trajetória profissional até chegar às categorias de base do Valencia?
Francisco Primo – Em primeiro lugar, gostaria de comentar que a escola na qual eu tenho treinado nestas duas últimas temporadas é a Escola Crack de Futebol, a segunda Escola do Valencia CF SAD.
Cheguei em novembro de 2011 para assumir o comando de um projeto que me parecia muito interessante como era treinar uma equipe de jogadores chineses que, por meio de um intercâmbio com o clube chinês Dalian Shide, estavam em Valência durante toda a temporada. Isso fez que, nesta última temporada, eu tenha continuado na Crack dando treino no sub-18, a segunda equipe da escola.
Nesta temporada, não vou permanecer ali, quero trabalhar em outros projetos. Comecei a treinar no ano de 1992, desde o sub-18 até as equipes profissionais, conseguindo três acessos em campeonatos regionais com equipes desta última categoria.
Cheguei a ser eleito o melhor treinador pelo Comitê Regional de Treinadores Valencianos. Aqui na Espanha, realizam-se três cursos para poder ter o título de treinador nacional.
Meu trabalho como treinador é conseguir que cada um dos jogadores tenha claro sua importância dentro do grupo, para que, semana a semana e partida a partida, a equipe saia beneficiada, revela
Universidade do Futebol – Qual a sua avaliação sobre o nível dos jogadores do Valencia e em relação à estrutura de trabalho?
Francisco Primo – Como de costume, a Escola do Valencia CF SAD tem um grande nível, é uma das melhores da Espanha. O alto nível de seus jogadores faz com que, anos após ano, tanto a nível regional quanto nacional, suas equipes ocupem as primeiras posições nas respectivas competições que participam.
Em termos de estrutura, ultimamente, sempre está sujeita a mudanças contínuas, produzidas pelo Conselho de Administração do Valencia, que têm limitado a direção da escola com estas contínuas trocas que dificultam um melhor trabalho.
Universidade do Futebol – Como você avalia a evolução do seu trabalho com o grupo de atletas do Valencia?
Francisco Primo – Meu trabalho à frente desta equipe tem sido muito produtivo. No começo de temporada, marquei, desde a escola, alguns objetivos que tenho conseguido atingir de sobra, fora os objetivos que eu como treinador sempre me marcam e que me ajudam a ser sempre o mais competitivo possível e a conseguir de meus jogadores que deem sempre o máximo, pelo seu bem e pelo bem do clube.
O treinador tem de preparar os jovens, pois ao se transformarem em jogadores profissionais em um curto espaço de tempo, as exigências mudam muito. Por isso, eles devem estar preparados física e mentalmente, aponta

Universidade do Futebol – Fale um pouco sobre sua metodologia de treinamento com os jovens e os objetivos traçados. De que maneira o aspecto psicológico está presente em sua filosofia de trabalho?
Francisco Primo – Como havia falado anteriormente, as equipes da base que eu sempre treinei foram das categorias sub-18 e, na metodologia de meu trabalho, tudo é marcado pelo aspecto tático, todos os meus treinamentos estão pautados no aspecto tático da equipe. As tarefas a serem realizadas estão todas integradas em uma metodologia global, ou seja, sempre tento fazer com que o jogador vivencie nos treinamentos aquilo que posteriormente ele vai viver nas partidas.
Evidentemente, como treinador, a primeira coisa que tem de saber é com quem está trabalhando. Ao tratar-se de equipes sub-18, trabalhamos com jogadores que estão, todavia, em fase de formação como pessoas e com tudo o que os afeta, ou seja, estudos, amizades, separação dos pais, etc.
Por isso, deixando de lado a figura do treinador, nestes momentos você tem de ser pai, amigo, psicólogo, etc, mas sempre devendo saber que primeiramente você é o treinador deles.
Tem de prepará-los para que se deem conta de que, a maioria deles, irá se transformar em jogadores profissionais em um curto espaço de tempo e as exigências vão mudar muito, devendo estar preparados física e mentalmente.
Universidade do Futebol – E a percepção tática do jogo de futebol: como isso se insere nos treinamentos do Valencia?
Francisco Primo – Em todo o meu trabalho, a marca é o aspecto tático da equipe. As tarefas que realizamos são encaminhadas ao conhecimento exaustivo por parte de todo o grupo, do sistema que utilizamos e de suas variantes tanto ofensivas quanto defensivas, que fazemos quando temos a posse de bola.
Mas, dependerá muito da qualidade técnica dos jogadores. E também o que fazemos quando não temos a temos, fatores como onde, quando e como vamos pressionar a equipe adversária para roubar-lhes a bola ou provocar um erro da mesma e, assim, seguir atacando.
Universidade do Futebol – Qual é a grande diferença do que ocorre em um treinamento e em um jogo nesta etapa da formação?
Francisco Primo – Procuramos que esta diferença seja a mais insignificante possível, que todas as tarefas que se realizam em um treinamento, se pareçam, ao máximo, ao jogo real, ao que o jogador vai viver em uma partida. Para conseguir isso, porém, o nível de concentração dos jogadores deve ser o máximo.
Obviamente, há a questão dos campos, árbitros, pais, etc, aspectos que não se pode dominar 100% e que, por isso, não merecem que se perca muito tempo com eles. O mais importante e, por conseguinte, o que trabalhamos, é tudo aquilo que nós vamos ser capazes de fazer para ganhar um jogo.

Uma das grandes promessas do futebol espanhol atual, o meia Isco, recém-contratado pelo Real Madrid, foi revelado nas categorias de base do Valencia.
Universidade do Futebol – Como você costuma gerir o grupo pensando de modo coletivo, em especial no tratamento aos atletas reservas e/ou menos utilizados nos jogos?
Francisco Primo – Todo o grupo deve saber o que é que o treinador quer deles, como quer que ataquem, como quer que defendam, qual é, em definitivo, a sua ideia de futebol e de equipe. Deve existir um conceito geral e inalterável, que deve dominar todo o que fazemos e que cada jogador vai identificar de uma maneira distinta.
Cada um deles tem características e qualidades distintas, não são todos iguais tecnicamente nem têm a mesma inteligência tática ou estão dentro de um processo formativo.
Meu trabalho como treinador é conseguir que cada um dos jogadores tenha claro sua importância dentro do grupo, para que, semana a semana e partida a partida, a equipe saia beneficiada.
No entanto, é difícil e complicado conseguir isso. Mas, temos de convencer o jogador que atua vinte minutos atuar sempre ao máximo nível. Com isso, na próxima partida, em vez de vinte, o técnico poderá dar quarenta minutos a este mesmo atleta.

segunda-feira, 19 de agosto de 2013

movimento do chute com o dorso do pé em jogadores de futebol de campo

O estudo do COP (centro de pressão plantar) 

É importante respeitar o estilo do jogador

O futebol é um fenômeno mundial praticado por aproximadamente 200 milhões de pessoas em 190 países (Fonte: site oficial da Fifa, 2010); sendo imprescindível que os profissionais envolvidos no seu ensino e treinamento apoiem- se em descobertas que a ciência oferece cada vez em maior número e qualidade.
A biomecânica do esporte permite, entre outras coisas, examinar e avaliar as técnicas utilizadas para monitoramento de movimentos esportivos ou de atividades do cotidiano, identificar os parâmetros mecânicos de rendimento corporal motor, identificar os elementos mecânicos presentes em lesões adquiridas na prática motora, e avaliar equipamentos e peças de vestuário esportivo.
O alto rendimento esportivo é obtido pela união de vários fatores intervenientes da performance. Um dos grandes desafios dos profissionais da área desportiva é observar o desempenho de seu atleta e decidir a técnica precisa de correção.
Uma visão geral do COP na análise do controle postural
COP significa center of pressure, na língua inglesa, porém adotamos esta nomenclatura para nosso idioma e é a definição de centro de pressão ou centro de pressão plantar, que é uma medida de deslocamento e é influenciado pela posição do centro de massa (COM ou center of mass). Esta grandeza é classicamente associada aos estudos do controle postural por causa de sua relação com o centro de massa (center of mass).
De acordo com [1] a oscilação do COM é a grandeza que realmente indica o balanço do corpo e a grandeza COP é resultado da resposta neuromuscular ao balanço do COM; são medidas que podem ser analisadas separadamente, mas é interessante que se analise o comportamento destas duas grandezas simultaneamente.
[2] define que o corpo humano pode ser definido fisicamente como um complexo sistema de segmentos articulados em equilíbrio estático ou dinâmico, onde o movimento é causado por forças internas atuando fora do eixo articular, provocando deslocamentos angulares dos segmentos, e também por forças externas ao corpo.
Podemos aplicar para análises estáticas ou dinâmicas, no caso do futebol a análise dinâmica é a que predomina; deve ser medida através da dinamometria, tendo como instrumento de estudo uma plataforma de força ou de equilíbrio, que registrará as oscilações do atleta nas direções ântero-posterior e médio-lateral.
É uma análise muito aplicada, no meio científico, por fisioterapeutas e profissionais que trabalham com controle neuromotor e estabilidade postural, diagnosticando desvios de função postural, reabilitando e prevenindo lesões decorrentes de situações do cotidiano e dos esportes podendo ser de rendimento ou recreacional.
Mesmo sendo um teste aplicado na maioria das vezes em laboratório, os resultados obtidos são eficazes e podem ser transferidos, no caso especifico do futebol, para a comissão técnica com o intuito de detectar desvios ou sobrecargas mecânicas em membros inferiores (quadril, joelhos, tornozelos) de atletas que muitas vezes não são detectados apenas pelo "olhar humano", fornecendo um feedback positivo.
Muitos são os fatores que causam alterações do COP e consequentemente da estabilidade postural; dentre eles, destacam-se: a mecânica do movimento executada de maneira errada, gesto postural, sobrecarga nos membros inferiores, calçados, maneira de pisar, saltos, impactos com sobrecarga corporal em uma ou ambas as pernas, contatos corporais constantes, deslocamentos em diferentes posições durante a partida e a qualidade dos campos (gramados) tanto de treinamentos quanto de jogos; portanto diante deste quadro preocupante, há a necessidade de se aplicar esta análise e quantificar os dados obtidos interpretando-os posteriormente, num trabalho integrado entre profissionais da saúde e comissão técnica da equipe.
Importância da estabilidade do atleta durante o chute

Analisando o gesto técnico do chute, percebe-se que pode ser caracterizado basicamente por dois tipos de posicionamento do pé em relação à bola. O primeiro é o chute com a parte medial do pé e o segundo utilizando o dorso do pé, sendo este mais estudado na biomecânica, devido a sua aplicabilidade e eficiência maiores.
O conhecimento teórico do chute é um fator importante para o jogador, pois o habilita a diminuir as possibilidades de erros. Deve ser desenvolvido ao máximo sob condições difíceis e com qualquer parte do pé.
De acordo com [3], a análise dos dados do chute no futebol, facilita a identificação de padrões desse movimento e pode indicar o nível de habilidade do atleta, comparando diferentes padrões de movimento em diferentes faixas etárias e em diferentes tipos de chutes; e também de outros fundamentos, tais como: passe, domínio, drible, cabeceio entre outros.
A execução técnica do chute é aparentemente fácil, porém na prática pode tornar-se difícil devido a condições externas que nem sempre são controláveis. O jogador define o método do chute de acordo com seu propósito imediato, mas, às vezes, as circunstâncias da partida é que determinam o tipo e a força empregada para atingir o objetivo no instante determinado. É importante respeitar o estilo do jogador mostrando-lhe as possibilidades de melhoria do movimento.
Mediante pesquisas anteriores [4,5,6], fica cada vez mais evidente a necessidade da estabilidade global do atleta e deste controle motor durante o chute, visando a máxima eficiência do movimento e a diminuição do risco de lesões.

Quais resultados reais podem ser alcançados com o estudo do COP ?

Por ser uma modalidade esportiva cuja eficiência tem relação com o controle e sincronização de movimentos dos diversos segmentos para manter uma harmonia estética de movimento do corpo, o controle da trajetória dos segmentos tem direta relação com o controle de força e o equilíbrio mecânico [7]. Sabe-se que um apoio bem estabelecido é característica fundamental para a eficácia do chute, seja de potência ou de precisão.
Num estudo desenvolvido por [8], compararam através do COP, dois grupos distintos: um de jogadores de futebol e outro de dançarinas. Encontraram como resultado uma diferença significativa do deslocamento do COP, sendo menor para o grupo de dançarinas em relação ao apresentado pelo grupo de jogadores de futebol.
Esses autores destacam a importância de análise do equilíbrio de jogadores de futebol, pois nessa prática esportiva o gesto técnico do chute é realizado em apoio unipodal, e ainda é associado com outros fatores externos, durante a fase da corrida de aproximação por exemplo.


Conclusão
Este artigo teve a proposta de detectar a importância do COP e mostrar a sua aplicabilidade para as equipes de futebol de campo através de análises especificas que podem perfeitamente ser utilizadas em beneficio da comissão técnica, buscando a otimização dos resultados, ou seja, da performance e a prevenção e reabilitação de lesões.
O método ainda é recente e pouco aplicado na prática pelas equipes, sendo um trabalho mais desenvolvido ainda em laboratórios, devido ao alto custo de equipamentos e profissionais qualificados para operar a instrumentação.
É um método de análise que gera resultados eficazes, sendo utilizado em alguns clubes da Europa, tais como: Porto, Real Madrid e Milan. Mas, daqui alguns anos certamente será comum a análise desta grandeza dentro dos clubes considerados grandes do futebol brasileiro.
Referências
MOCHIZUKI, L; AMADIO, A.C. Aspectos biomecânicos da postura ereta: a relação entre centro de massa e o centro de pressão. Revista Portuguesa de Ciências do Desporto. V. 3, nº 3, p. 77 – 83, 2003.
AMADIO, A.C; SERRÃO, J.C. Contextualização da biomecânica para a investigação do movimento: fundamentos, métodos e aplicações para análise da técnica esportiva. Revista Brasileira de Educação Física e Esporte, São Paulo, v.21, p.61-85, dez. 2007.
TEIXEIRA, F.G. Comparação dos padrões cinemáticos de chutes realizados por participantes com 15 e 17 anos. Rio Claro, 2004. 85 p. Dissertação (Mestrado em Motricidade Humana) – Instituto de Biociências, Universidade Estadual Paulista.
SILVA, M. G. Instrumentação biomecânica aplicada à análise do desempenho do chute em jogadores de futebol de campo. Dissertação (Mestrado) - Universidade Estadual Paulista, Faculdade de Engenharia de Guaratinguetá, 2012.
ROSA, L.M. Avaliação do equilíbrio de jogadores de futebol. Tese (Doutorado) – Universidade Estadual Paulista, Faculdade de Engenharia de Guaratinguetá, 2010.
ALMEIDA, V.S; ARCANJO, T; MAGNANI, R.M; ADAMI, D.B.V. Pressão plantar dos jogadores de futebol profissional da Associação Atlética Caldense. Revista Ciência e Saúde. Porto Alegre, nº especial, p. 76 a 78, 2009.
WINTER, D. A. Human balance and posture control during standing and walking. Gait e Posture. v. 3, p. 193 a 214, 1995.
GERBINO, P.G; GRIFFIN, E; ZURAKOWSKI, D. Comparison of standing balance between female collegiate dancers and soccer players. Gait e Posture, v. 26, p. 501 a 507, 2007.
*(Aluno de Doutorado do curso de Engenharia Mecânica/Biociências da UNESP – Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho" – Campus de Guaratinguetá)
Tags: biomecânica , gesto , movimento , chute , jogador , atleta , otimização , análise ,resultado , performance , lesões , técnica , 

quarta-feira, 14 de agosto de 2013

Filho de Zagallo desiste de Adriano

Filho de Zagallo tentou em vão salvar a carreira de Adriano


O Futebol sente sua falta!

O ocaso de Adriano revela, em seus bastidores, mais um capítulo de tentativa frustrada de resgate de sua carreira. A investida foi de Mário César Zagallo, empresário no universo do futebol e filho do tetracampeão mundial Mário Jorge Lobo Zagallo. O objetivo de Mário César era agenciar o atacante, desde que ele se dispusesse a recuperar a imagem, cuidando do peso e deixando de lado bebida e noitadas.
A cartada foi em vão: “Tentei começar uma relação, mas desisti no meio do caminho. Nem começamos a trabalhar juntos. Vi que teria de ficar de babá. Os amigos próximos do jogador tentam te derrubar. No fim das contas, escolhi que não queria. Não são só os jogadores que dizem não, o empresário também tem o direito de dizer não”, conta Mário César.
Fã do futebol de Adriano, a quem chamava de “bom garoto” nas vezes em que trabalharam juntos – no Flamengo e na Seleção Brasileira -, o próprio Zagallo empenhou seu prestígio para tentar convencê-lo a retomar o trilho. “Disse a ele: garoto, existe o caminho certo e existe o caminho errado. É só ir pelo caminho certo”, conta o Velho Lobo, que guarda na memória um momento especial da trajetória de Adriano com a Amarelinha:
“Sempre lembro daquele golaço que ele fez contra a Argentina na final da Copa América (de 2004, na qual o Brasil empatou no fim, em 2 a 2, e ganhou nos pênaltis). Tevez ficou provocando,   pisando na bola. Quando a recuperamos, na sequência, gritei: ‘Joga na área’. O Adriano ajeitou e girou de canhota (faz o gesto com a mão da batida dele em gol). Hoje, se estivesse aí, não teria para ninguém: é o melhor de todos na posição”, opina.
Mário César já agenciou a carreira de jogadores consagrados, como o goleiro Júlio César e o zagueiro Juan. Hoje, trabalha com pouco mais de 10 garotos das categorias de base, a partir dos 15 anos. Atividade que concilia com a assessoria que presta ao pai – as entrevistas com Zagallo são marcadas através do filho. E garante não ser tarefa fácil a de lidar com jovens, pois a maioria se deslumbra facilmente.
“Até o empresário conseguir fazer dinheiro, enfrenta muitas situações complicadas. Já saí da casa de jogador às 10h da noite para evitar que ele não se descuidasse para um jogo dois dias depois, e foi só eu ir embora para ele se mandar para a rua enfrentar as tentações”.
Um exemplo de parceria que não deu certo foi com o zagueiro Renato Silva, hoje no Vasco. “Desse eu desisti. E olha que ele já me pagou R$ 12 mil por mês, na época em que ele ganhava R$ 120 mil no Fluminense. Mas chega uma hora que o dinheiro não é tudo. Passei a receber ligações de madrugada com pedido de ‘me socorre aqui!’. Foram muitos problemas em boates. Houve casos em que ele chegou bêbado para treinar,  tanto no Flamengo como no Fluminense. Depois, o salário dele caiu para R$ 15 mil por mês no Botafogo. Perdeu boas chances, era um bom zagueiro. Se tivesse disciplina, teria sido de ponta. Torço para que se firme no Vasco.”
Não foram poucos os que fizeram ouvidos de mercador para o empresário. Como por exemplo  Júnior, um volante revelado pelo Flamengo, campeão da Copa do Brasil em 2006. “Ele parou de jogar há pouco mais de um ano. Juntou uns R$ 4 milhões na carreira, mas não soube administrar. Hoje, vende roupa. Ao encontrar comigo, admitiu que deveria ter me escutado mais”, relata Mário César.
Enquanto não volta a gerenciar profissionais – recentemente, por pouco não chegou a um acordo com Jorge Henrique, do Internacional -, Mário César diz estar na torcida pela recuperação de Adriano. “Espero que ele reencontre o seu caminho. O meu pai gosta muito dele”.
Faço uma obersavação pessoal no texto acima para terminar essa postagem. Infelizmente, o que ficará guardado daqui para frente são as lembranças do excelente centroavante que tivemos no futebol brasileiro. As últimas boas imagens são as do campeonato brasileiro de 2009 que se sagrou campeão pelo Flamengo.
Hoje eu aqui na Arábia Saudita, trabalhando numa academia de futebol, onde praticamente não se tem vida social e com certeza ganho extremamente menos do que Adriano, faço pra mim mesmo a seguinte pergunta ao lembrar de sua entrevista quando disse que tinha depressão na Itália: Depressão podendo ter contato com família e amigos quando quisesse, tendo uma vida profissional e financeira bem sucedida e sendo o/ou um dos melhores atacantes do mundo? Fala sério né! Sei que cada um é diferente um do outro! Mas faz o seguinte vem pra cá!

GloboEsporte.com forma forçada de mostrar uma matéria!

Quase tive um infarto quando vi a manchete estampada no GloboEsporte.com.
Não se trata de crítica ao exercício proposto pelo preparador Antonio Melo. Seu tempo de profissão permite-lhe estabelecer exatamente quando introduzir uma atividade lúdica para melhorar o ambiente do grupo.
Agora a forma forçada como a atividade ganha espaço na mídia é bisonha.
Este jornalista provavelmente nunca fez uma aula de Educação Física Escolar. jamais participou de colônia de férias quando criança e com certeza tentou passar um atestado de idiota ao leitor.
O que há de inovador num conteste quase sexagenário?
De quem é o lobby?
Qual a verdadeira intenção por trás da manchete?
O exagero além de descabido e torpe coloca molho numa rotina muito comum.
Observem o calendário desde o reinicio do Campeonato Brasileiro, após a Copa das Confederações, analisem se a maratona de jogos até o final em 05 de dezembro e vejam se é possível qualquer implemento ou evolução física de qualquer atleta ou equipe visto que não haverá momento para aplicação de cargas de trabalho.
Daqui a pouco vão dizer que os novos métodos de trabalho modificaram a performance da equipe.
Acorda leitor!!!!!!


"Altamiro Botino"

Ver link abaixo:

http://globoesporte.globo.com/videos/t/globoesportecom/v/jogadores-do-fluminense-inovam-em-aquecimento-e-quicam-sobre-o-gramado-das-laranjeiras/2748821/

terça-feira, 13 de agosto de 2013

8 meses de muito futebol na Arábia Saudita!

Trabalhando na Seleção de Beach Soccer da Arábia Saudita
No último dia 11 de agosto completou 8 meses aqui na Arábia Saudita.

Até agora foi muito trabalho! E só trabalho! Muito treino, muito suor e pouca, muito pouca diversão!

A vida aqui é realmente muito restrita, passo a maior parte do tempo dentro de casa, assistindo filmes, estudando, e tentando claro matar a saudade da família e dos amigos que cada dia que passa é maior!

Mas estou aproveitando muito bem o tempo livre que tenho por aqui, pois devido ao calor que faz durante o dia não se pode ter treino na parte da manhã e durante o período da tarde. Os treinos começas sempre ao fim da tarde às 5:00 e no ramadã os treinos eram às 10:30 da noite até 00:30, com isso ficavámos o dia todo em casa e literalmente virei um pouco morcego, onde dormir de dia e ficava acordado a noite toda, muitos dias cheguei a dormir durante o ramadã 8:30 da manhã e acordava as 4, 5 da tarde!

Aqui estou podendo viver e me sustentar do que mais amo profissionalmente na minha vida, O FUTEBOL! Estou aqui hoje vivendo longe de tudo e todos, por esse unico objetivo e sonho que tenho em minha vida, me tornar um treinador de futebol profissional, e irei me tornar!

Infelizmente passo muito tempo ocioso dentro de casa sem ter o que fazer e como disse acima, tento matar esse tempo ocioso estudando (inglês e muito futebol), vendo filmes, seriados, batendo papo. Esse não ter o que fazer me faz muito também aumentar a saudade de todos que amo e também da diversão que faz muita falta aqui, mas tenho que ser sincero que é bom não ter, pois assim, consigo alcançar mais um objetivo aqui: juntar dinheiro!

Os pontos positivos aqui na Arába pra ser sincero não são muitos, mas o que tenho, são essenciais para continuar firme na caminhada aqui, enquanto estiver por aqui! Cada dia estou mais apegado e firme com Deus, e tendo ou pelo menos cada vez mais e pedindo sempre a Ele pra que aumente minha fé. Com a falta do que fazer, da pra juntar pelo menos 90% do salário todos mês, se quiser gastar tem como, mas esse é um objetivo de vida no momento, então, essa é a meta mínima, 90% do sálario junto todo mês. Vivo de futebol, então aqui é foco total no futebol! É viver, respirar futebol, futebol e futebol! Outro lado muito positivo aqui na Arábia é que estou tendo uma valorização grande do meu CV e com isso, se Deus quiser depois daqui da Arábia, rumar para algum outro país de uma cultura um pouco mais tranquila, onde possa ao menos ter um pouco de liberdade religiosa, pois a questão da religião e todas as privações que tenho aqui na Arábia realmente incomodam bastante! Sinto muito falta de ir á missa aos domingos!

Mas além de ir â missa, outros 2 fatores são extremamente complicados aqui, não poder tomar minha cervejinha de fim de semana de perferência com os amigos e claro, não ter contato com mulher, já se vão 8 meses e nada... isso é realmente muito, muito complicado! Mas em busca dos sonhos... isso realmente vale a pena passar, pois estou a cada aprendendo a dar valor as coisas simples e pequenas da vida.

8 meses de Arábia Saudita, uma aula de vida que nenhuma Universidade, ou Escola pode dar!

segunda-feira, 12 de agosto de 2013

A "Messidependência" do Barcelona e algumas considerações a propósito

OBS: Ao ler este artigo no site www.universidadedofutebol.com.br não tive como não publicar este artigo tão rico em todas as formas de significados não só do futebol, mas da vida!

O time parece uma equipe na qual a lesão física do argentino é tão extensa e profunda como o cansaço físico, psíquico e psicológico dos seus colegas



O livro de Duncan Watts, Six Degrees: The Science of a Connected Age (New York, 2003) pretende ensinar que uma realidade social, mesmo em uma equipe de futebol (digo eu), deve compreender-se tanto pela maneira como os elementos de um todo se relacionam e ligam (neste caso, a tática) como pela importância que eles têm no funcionamento das redes que compõem o todo, ou o sistema de jogo.
A Ciência das Redes não se limita, portanto, às redes, mas também ao reconhecimento de que há redes e redes, ou seja, em termos futebolísticos, a tática também resulta das virtualidades de cada um dos jogadores.
Diz-se que o futebol é um jogo predominantemente tático. E assim é. Mas, uma boa tática, sem jogadores de excelência e motivados, pouco mais é que uma geometria sem eficácia. Quando nos ocupávamos de uma análise da equipe do Barcelona, até à saída do Guardiola, descobríamos o DNA desta equipe, na tática, interpretada de modo tão mecânico, tão interiorizada por cada um dos jogadores, que julgávamos que a tática, por si só, resolve os problemas de eficiência e produtividade de uma equipe.
Havia uma tão perfeita cognição distribuída (expressão que encontrei na Psicologia Cognitiva) de uma determinada tática, uma partilha tão equilibrada e sensata dos mesmos modelos mentais, que o Barcelona parecia imbatível. Já eram muitos os teóricos que escreviam livros onde matematicamente se tentava provar que o Barcelona não tinha par... hoje e sempre!
Creio que fui eu (passe a imodéstia), em língua portuguesa, e há mais de 30 anos (veja o meu livro Filosofia das Atividades Corporais, Compendium, 1981), que adiantei a hipótese de descobrirmos na Educação Física um produto do dualismo antropológico cartesiano, ou seja, onde ressoavam as palavras de Galileu: "a natureza está escrita em linguagem matemática" e, porque o corpo era natureza tão-só, os números determinavam cabalmente as atividades corporais.
Galileu é o pai da física moderna, que Descartes aceitou respeitosamente, e portanto, no entender do autor do Discurso do Método, o corpo humano não passava de matéria mecanicamente em movimento. A Educação Física nasce, no século XVIII, a idade por excelência do racionalismo, na cultura ocidental, com as taras próprias do racionalismo (de que só em meados do século XX entrou de libertar-se). Portanto, no Barcelona, a tática, matematicamente assumida e mecanicamente praticada, parecia a "causa das causas" dos seus êxitos.
Depois da Liga dos Campeões, de 2012/2013; depois da superioridade incontestável do Bayern, sobre o Barça, nas meias-finais – não pode dizer-se que os jogadores da Catalunha esqueceram a tática, mas que queriam e não podiam, enquanto os alemães queriam e podiam.
Do que venho de escrever se infere que, numa equipe de futebol, o Homem está antes de tudo o mais. O que, muitas vezes, falta ao futebol não é de ordem tática – o que lhe falta, muitas vezes, é a dificuldade, neste tempo onde o mais publicitado se resume ao imediato e ao fragmentário, é a dificuldade, dizia, de pensar o Homem, o que ele é e sente e ama, antes de tudo o mais.
Ora, o Barcelona parece, hoje, uma equipa, onde a lesão física do Messi é tão extensa e profunda como o cansaço físico, psiquico e psicológico dos seus colegas de equipa. O treino ideal, para o Barcelona, hoje, é não treinar e escutar, com atenção, as análises dos jogadores ao momento menos feliz que atravessam.
Depois, a liderança do Guardiola não pode substituir-se com adjuntos, nem com os adjuntos dos adjuntos, mas com treinadores de grande sabedoria (que é mais do que saber) que os jogadores admirem e respeitem e que lhes proponham valores que os jogadores sintam a subir do mais íntimo de si mesmos. No meu modesto entender, a grande revolução a fazer no futebol reside aqui: praticá-lo, como se não se pudesse viver sem a sua prática.
Vergílio Ferreira, no seu livro Pensar, afirmou: "Escrevo porque o encantamento e a maravilha são verdade e a sua sedução é mais forte do que eu (…). Escrevo para tornar visível o mistério das coisas. Escrevo para ser. Escrevo sem razão" (pp. 35-36).
No dia em que o Ronaldo, o Messi, o Lewandowski, o Ribéry e o Robben "jogarem para ser", serão de certo melhores jogadores e, na constituição das redes, ajudarão ao nascimento de um futebol diferente... para melhor!
O meu amigo Gonçalo M. Tavares tem este poema: "É uma parede com afetos (o corpo)/ Mas, a coragem e o silêncio não são anatomia". Nem tática...

*Antigo professor do Instituto Superior de Educação Física (ISEF) e um dos principais pensadores lusos, Manuel Sérgio é licenciado em Filosofia pela Universidade Clássica de Lisboa, Doutor e Professor Agregado, em Motricidade Humana, pela Universidade Técnica de Lisboa.
Notabilizou-se como ensaísta do fenômeno desportivo e filósofo da motricidade. É reitor do Instituto Superior de Estudos Interdisciplinares e Transdisciplinares do Instituto Piaget (Campus de Almada), e tem publicado inúmeros textos de reflexão filosófica e de poesia.
Esse texto foi mantido em seu formato original, escrito na língua portuguesa, de Portugal.
Para interagir com o autor: manuelsergio@universidadedofutebol.com.br
Tags: barcelona , messi , messidependência , Filosofia , motricidade humana , relacionamento ,sociabilização , social , 

quinta-feira, 8 de agosto de 2013

Competição em altas temperaturas

Descubra quais são os sinais de desidratação e como se prevenir dos danos do calor consumindo líquidos



A ingestão de líquidos adequada ajuda a manter os níveis de energia altos, regulando a temperatura do corpo, prevenindo a exaustão por causa do calor e transportando nutrientes e energia para o tecido dos músculos.
Sinais de aviso de desidratação
Sinais agudos:
Náuseas, pouca concentração, tontura, irritabilidade, cansaço incomum.
Sinais crônicos:
Perda de apetite, urina amarela escura, pouca ou nenhuma urinação e cãibras musculares frequentes.
Orientação para o consumo de líquidos
A hidratação apropriada é a melhor defesa contra a doença do calor. Aqui estão algumas informações básicas importantes sobre a ingestão de líquidos antes, durante e depois da atividade esportiva:
Necessidades gerais de líquidos: atletas e praticantes de atividade física devem beber pelo menos 10-12 copos (280 ml a 340ml) de líquidos por dia para atender às necessidades diárias de líquidos. Esportistas podem necessitar de mais de 20 copos de líquidos por dia durante treinos rigorosos em ambientes quentes.
Antes da atividade: atletas e praticantes de atvidade física devem beber líquidos durante todo o dia, pois a sede não é uma boa indicação do nível de hidratação. Como parte da refeição antes da partida, os jogadores devem consumir de 2 a 3 copos de líquidos (por exemplo bebidas esportivas, água, suco de frutas, leite desnatado). Devem também beber pelo menos 500 ml de líquidos até duas horas antes do jogo ou treino.

Durante a atividade: bebidas esportivas, tais como Gatorade, são as melhores para a reposição de líquidos, pois são absorvidas rapidamente e fornecem energia para os músculos. Os atletas e praticantes de atividade física devem beber pelo menos de 125 ml a 200 ml de líquidos a cada 15 minutos e especialmente nos intervalos e tempos.

Após a atividade: imediatamente após o treino ou competição é a hora mais importante para repor os líquidos. Uma nova pesquisa indica que para cada 500 gramas de peso perdido, um atleta deve beber pelo menos 500 ml de líquidos após a prática ou jogo para otimizar a reidratação. Bebidas esportivas são uma excelente opção.

Prevenindo danos com o calor

- Na preparação para competição ao ar livre, fazer o aquecimento na sombra e evitar luz do sol direta que possa causar aumento excessivo na temperatura do corpo.
- Descansar na sombra ou em ambientes com ar condicionado entre os eventos competitivos. Até no descanso, exposição adicional ao calor pode aumentar muito a temperatura do corpo, ampliar a perda de líquido e diminuir o sangue disponível para os músculos durante as sessões de exercícios subsequentes.
- Vestir roupas largas, de algodão, para ajudar a promover perda de calor.

- Consumir quantidades adequadas de líquidos antes do treino ou competição.
- Durante sessões mais longas de exercícios, repor os líquidos freqüentemente.
- O regime antes da temporada para esportes competitivos deve ser precedido de duas semanas de condicionamento no calor, com um mínimo de roupa e a ingestão de líquidos em quantidades generosas.
- A prática esportiva sob temperaturas muito altas e condições de umidade deve ser limitada a exercícios moderados, adiada para horas mais frescas do dia.

- Confira a cor da urina: quanto mais clara estiver, mais hidratado você estará.

*GSSI - Gatorade Sports Science Institute (www.gssi.com.br)